quinta-feira, 26 de julho de 2012

Produção sem lei



Um dos frutos colhidos por nossa última turnê por São Paulo deu frutos mais rápido que a encomenda. Na passagem pela cidade cinza em julho de 2011, além dos tradicionais espetáculos executados pela nossa profissão de músico, realizamos um trabalho intenso de produção. Reuniões de pauta com casas de shows, jornais e revistas, entregas de material para diversos departamentos de programação, além de uma intensa pesquisa para efetuar a compra de equipamentos e adereços novos.

Em alguns locais que passamos, tínhamos encontros marcados ou conseguíamos na hora uma abertura na agenda do responsável para nos receber e ouvir nossas propostas. Em muitos outros locais, não tínhamos contato nenhum e nenhuma brecha sequer para falar nem com o porteiro, e íamos na “cara dura” deixar o material ali sem saber se chegaria às mãos de alguém. É assim que temos nos virado para fazer nossa produção e criar nossa rede de contatos: contatando.

Se não sabemos o nome do responsável, procuramos, perguntamos, pesquisamos e vamos atrás dele. Se não temos o telefone do cara, vasculhamos até achar ou procuramos outras formas de contato. Enfim, se não temos um QI (quem indique) lá dentro, damos um jeito de chegar em alguém e nos "auto indicar". É uma estratégia muito antiga, já expressa em ditos populares “Quem não tem cão caça com gato” ou adaptada para o universo musical “quem não tem colírio, usa óculos escuros”. 


Desde um tempo ouvíamos burburinhos de um tal programa “Segunda sem lei” da Transamérica, apresentado por Pitty, Beto Bruno (Cachorro Grande), Daniel Weskler (NxZero) e Paulo Miklos (Titãs). Eleito a Revelação 2010 na categoria Rádio pela Associação Paulista dos Críticos deArtes (APCA), o programa vai ao ar toda segunda às 21hs. Durante uma hora de duração esse trio solta uma seleção de músicas que servem como inspiração e influência de seus trabalhos, além de abrir espaço para novos artistas e exporem suas músicas preferidas.

Pois bem... Catamos o endereço da Transamérica e fomos lá deixar nosso material promocional com uma cartinha de apresentação. Deixamos na mão da recepção, endereçada aos apresentadores. Um tiro no escuro. Mas uma tentativa. 



No começo do mês seguinte, já de volta a Recife, pesquisando o que está rolando sobre a banda nas redes sociais, vemos no twitter do programa “Segunda sem lei” que tocamos na programação, no quadro “Aposta do dia”. Passamos batidos, não tivemos o privilégio de ouvir ao vivo esse momento. Mas o tiro no escuro acertou em alguém... e na pessoa certa. 


Missão cumprida.


Nesse nosso universo fonográfico, não existe uma forma única a ser seguida. Uma regra ou um a lei para se fazer produção e sobreviver nesse mercado . O que vale é trabalhar. Tentar. Fazer... que um hora esse trabalho te responde, mesmo que seja para ouvir um não... ou... sim.

E essa é moral desse post e desse universo sem lei que estamos vivendo. Não importa como, mas se você trabalhar de verdade, com dedicação e amor ao que faz, as coisas acontecem.  




Continua no próximo episódio...

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Santo Antônio da Patrulha-RS


Olá! Nós somos da Babi Jaques e Os Sicilianos e essa é mais uma postagem documental! (trilha estilo National Geographic)

É bom deixar claro que essa postagem será enorme, grande mesmo, então prepare os olhos e o coração, minhas caras e meus caros:

Estamos de volta e dessa vez pra contar um pouco de como foram as apresentações na 25º Moenda da Canção e no Fenacan 2011 em Santo Antônio da Patrulha-RS.

Pois bem, depois de alguns dias bem alegres em Porto Alegre, na tarde do dia 19 de agosto everedamos pela freeway em direção ao nosso destino, que segundo informações, figura no hall das quatro cidades mais antigas do Rio Grande do Sul. O caminho - que diga-se de passagem é um tapete - foi repleto de lembranças e ótimas recordações; no ano de 2010 tivemos a oportunidade de conhecer Santo Antônio e de participar da edição anterior de ambos os eventos, o que fora vivido por nós na época ficou bem gravado na placa mental e deixou muita saudade.

Viver a e na estrada é algo realmente singular. Todo dia, o dia todo é repleto de novidades e surpresas; o ser humano tem a oportunidade de conhecer os mais variados tipos de pessoas e se deparar com as mais diversas situações, tudo isso nos mais distintos cenários. Devido aos contextos das viagens e a nossa eterna transitóriedade, as relações que estabelecemos acabam se tornando bastante intensas, como se tivessmos que, em pouco tempo, conhecer e saborear tudo o que o outro tem para nos oferecer.

Na nossa primeira ida a Santo Antônio da Patrulha conhecemos uma linda família, e quando falamos linda, é linda mesmo; são lindos seus corações, suas intenções, seus sonhos, suas relações e sua vida. Sem conhecer, em uma madrugada de sábado, abriram sua casa, seu forno e sua geladeira para aqueles jovens perdidos, que estavam a exatos 3.682kms de seus domícilios. A breviedade do nosso encontro foi inversamente proporcional ao prazer e aos bons sentimentos compartilhados naquela noite. Ficaram as lembranças e a saudade de Everson, Carine, Marília e agregados.

Entretanto quis o destino e os curadores da Moenda da Canção que regressássemos para aquela querência. Assim que soubemos disso fomos logo nos escalando para ficar pertinho da geladeira e do forno da casa dos nossos amigos; e como tradicionais moendeiros que são - relembrando os velhos tempos em que o município não possuía hotel e os participantes do festival ficavam nas casas das familias - nos receberam no aconchego de seu lar e lá fomos nós nos espalhando, mais uma vez, pela vida das pessoas. Foi ótimo estar perto deles, conversar um pouco mais, sentir por mais tempo esse carinho, esse aprendizado e essa amizade.

Falando um pouco das apresentações: Na sexta-feira, dia 19, iriamos realizar nosso show dentro da programação da Feira Nacional de Negócios da Cana - FENACAN 2011, mas a chuva e o vento acharam por bem que não seria um bom dia para isso. Como não é de nosso feitío lutar contra as forças da natureza, aceitamos resignados e fizemos nosso concerto no dia seguinte. No sábado tocamos para os amigos patrulheiros e pra um tal de minuano, que é um "ventinho" de origem polar característico da região e que é muito frio, muito mesmo, ainda mais para nós que viemos de um lugar conhecido pela alcunha de Hellcife. Ao fim da apresentação se cogitou mudar o nome da banda para Babi Jaques e Os Picolés Sicilianos.


Outro compromisso do sábado era a nossa apresentação defendendo a canção "Hino a Ninkasi" na mostra competitiva Moenda da Canção. A Moenda é um evento muito bem conceituado no circuito de festivais da canção do nosso país; é muito bem organizado, tem um público que lota todos os espaços do ginásio onde acontece, possui um alto nível técnico de seus participantes e as canções são sempre interessantes. Em outrora o festival permitia apenas a inscrição e a disputa de canções nativista - leia-se: música tradicional do Rio Grande do Sul. Hoje, apesar dessas composições serem a grande maioria, na competição se aceitam obras de variados estilos e origens. Nossa presença em dois anos consecutivos comprova isso!

Em eventos que possuem o formato de disputa, geralmente cada artista sobe no palco e toca a sua composição, só ela, sem antes nem depois; a adrenalina vai lá em cima, você sai do palco sem entender muito o que tá acontecendo e o nervosismo consome o cidadão até o anúncio dos classificados para a final. Após a apresentação do Grupo Tholl de teatro e circo, foi dada a notícia: Pelo segundo ano consecutivo os mafiosos Sicilianos estavam na final e pela segunda vez esse foi o presente de aniversário da nossa irmã caçula Bárbara Jaques, que completou mais um aninho de vida no dia seguinte.


No dia 21, domingo, foi a final. Nem a expêriencia de ter ganho mais de dez prêmios dessa forma tira o frio na barriga e a moleza nas pernas. Contudo, independente da reação de nossos corpos, o show tem que acontecer; nos apresentamos e foi bom demais, a emoção sentida nessas horas é, de fato, viciante. Apesar de o intuito de nossas apresentações em festivais com esse formato ser o de difundir nossa arte, uma sensação de alívio muito grande ocorre quando, no anúncio dos vencedores, o nome do seu trabalho está relacionado. Pelo segundo ano nós levamos o prêmio de "Melhor Visual de Palco". O grande vencedor da noite foi um grande parceiro de estrada, o cantor e compositor Zé Alexandre com a sua "Água Boa de Beber".

São tantas histórias, tantos momentos, tantos detalhes que torna praticamente impossível lembrar e relatar tudo. Então, para partirmos, vamos começar os milhões de agradecimentos, desculpa se esquecemos alguém, não foi por mal:

Primeiramente a Carine, Everson (Lagarto), Marília e ao Gato (Hmmmm.... hahahha), pela amizade, recepção e o carinho. Ao nosso grande e exclusivo produtor em Santo Antônio da Patrulha, Alessandro Cardoso. Que nós conhecemos pelo nome de Sandro e/ou Sandrinho e achamos que combina muito mais com ele e com seu espirito atencioso e amigo! Ao mafioso Felipe Essy, a Andréa Carvalheiro, a produção do FENACAN, a todos da Moenda Associação de Cultura e Arte Nativa e a todos os Moendeiros.

Ah! O vídeo que abre o post é o da nossa apresentação na final da 25ª Moenda da Canção. Vejam e sintam um pouco da nossa emoção!

Por hoje é isso.

Ciao

terça-feira, 24 de julho de 2012

Um Porto Alegre


Bom Dia! Boa Tarde! Boa Noite!

Como você está? Está bem? É mesmo? E a família? E o coração? Hm...

Apois pronto, depois de entrarmos educadamente em sua tela e em sua vida, lá vamos nós com mais histórias ou estórias da estrada.

No dia 17 de agosto de 2011 nós desembarcamos pela terceira vez em Porto Alegre - capital do belo, amado, simpático, educado e amigável país estado do Rio Grande do Sul - para uma série de atividades que relataremos minuciosamente a seguir:

Na própria quarta-feira, dia 17, juntamente com os amigos portoalegresenses da Rocartê - uma banda muito legal, que exala em suas composições um aroma de música pernambucana e que está perto de lançar um disco novo - nós apresentamos nosso concerto no Divina Comédia Pub, uma casa muito linda que fica na "Cidade Baixa", famoso e tradicional reduto boêmio de POA.

Tocar em terras gauchas é sempre muito bom, o público que comparece está sempre atento, disposto e curioso para ver e participar do show, além disso temos o prazer de rever alguns grandes amigos da nossa máfia, dessa vez quem nos brindou com sua presença foi o grande compositor e apresentador Caetano Silveira (confira um pouco do trabalho dele aqui).

Na quinta-feira, dia 18, foi a vez de encontrarmos outro grande amigo siciliano, o Nylton Pakuski, também conhecido por Alemão, para gravarmos pela segunda vez o programa Radar da TVE do Rio Grande.

Alemão é daquele tipo de pessoa que é legal de graça... O cara ta sempre disposto a ajudar, cooperar, falar coisas boas e comprar a briga. Esse cidadão aí, nos seus mais de um metro de cabelo e quase isso de barba, sempre é o patrocinador-mor de nossas apresentações em Porto Alegre. O seu StudioAliens tem para locação o melhor e mais diverso backline do sul do país, lá estão reunidos alguns dos melhores equipamentos que existem no mercado. Ele sabe fazer feliz desde o artista de vaneira até o de metal extremo. Pra falar a verdade, quanto mais pesado for o som da banda, mais os músicos amam as escolhas de nosso amigo.

Pois bem, além do reencontro com nossos companheiros de estrada, foi bom saber que ainda conseguimos dirigir em Porto Alegre, foi bom rever essa cidade tão linda, foi muito bom nos preparar para a nossa próxima empreitada que será retratada no post seguinte e também foi ótimo rever a simpática senhorinha do restaurante que sempre almoçamos quando estamos na gaudéria capital.

Por hoje é isso. Ficam aqui nossos agradecimentos e nosso abraço ao pessoal da Rocartê, ao Alemão, ao StudioAliens, ao Divina Comédia e a produção do programa Radar.

Ciao

Em casa, sendo sucinto e sintético



Olá!

Após uma atribulada, diversa e divertida mini turnê, no dia 28 de Julho de 2011 foi a vez de retornarmos ao nosso habitat natural e tocarmos na Mauritzstad, na cidade Maurícia, na Mauricéia, na Veneza Brasileira, na Venéria Brasileira, na Hellcífilis, na nossa plurinomeada Recife.

O nosso show aconteceu no Café Porteño como parte da programação do Festival Musica y Tapas, que como sinaliza o cartaz foi "Um festival para degustar música e gastronomia".

Nem precisa dizer que foi ótimo tocar em nossa cidade, com a casa cheia e tendo como platéia a nossa familia, nossos amigos, nossos agregados e um monte de gente que nunca tinha visto o nosso show e estava pelo Café Porteño conhecendo e apreciando a culinária do local.

Pois bem, algumas vezes na vida a gente precisa ser sucinto e síntetico, parece que hoje nós conseguimos isso!

Sendo assim: Por hoje isso é tudo, pe-pe-pe-pes-pe-pessoal...

Ciao

quarta-feira, 4 de julho de 2012

O poder de um sorriso...


Olá!

No dia 24 de Julho de 2011 foi a vez da Estância Hidromineral de Amparo, que fica no circuito das águas, no interior de São Paulo, receber o décimo show da nossa mini e multi nomeada Turnê.

Mas antes de falarmos da apresentação, nesse momento iremos voltar no tempo e regressar aos idos de 2009, quando tivemos a felicidade de conhecer duas figurinhas sem par que vinham da ainda longínqua Amparo. Para não nos alongarmos muito nessa novela, vai aí um resumo: essas duas se chegaram, entraram, dormiram e se instalaram muito rapidamente na pré-história Siciliana. Depois disso, foram cruciais para o início dessa nossa sina mambembe e sempre estiveram presentes em diversos momentos da nossa pequena, mas intensa trajetória. Podemos dizer sem medo que elas foram uma das primeiras cooptadas pela mafiosa famiglia. Ah! O nome delas? Elisa e Bruna, ou até então, as galegas de São Paulo.

Pois bem, Elisa - como é de costume - sempre nos falava das maravilhas de sua amada Amparo e de como a programação do Festival de Inverno de sua cidade combinava com nosso trabalho. Diante de tamanho incentivo, apresentamos nossa proposta à produção e tempos depois estávamos lá, firmes e fortes, para realizarmos nosso concerto na décima primeira edição do evento.

Tivemos a honra de nos apresentar no histórico "Palco da Rádio", um lugar com alma e vida, muito querido pelos cidadão amparenses e que fora inaugurado por ninguém menos que Milton Nascimento em meados da década de 70. Além de Bituca, já fizeram arte em cima daquele concreto alguns dos maiores músicos, interpretes e compositores da música brasileira.

Uma visão diferente do palco.

Após o nosso show - que diga-se de passagem, foi "arretado" - rolou o belíssimo espetáculo dos argentinos do "El Quinteto Carlos Buchardo" no "Palco do Lago".

Assistindo ao show do "El Quinteto Carlos Buchardo"

Como se não bastasse estar em Amparo, após um delicioso show, para um público atento e sedento por música, sendo recebido pela família de nossa amiga "Galega de São Paulo" no aconchego do seu lar, ainda fomos convidados para gravar, na manhã seguinte, o programa Som Independente da Rádio Cultura de Amparo, que foi primeira rádio municipal pública do estado de São Paulo e já recebeu algumas vezes, através da crítica especializada, o prêmio de melhor programação do Brasil.

Entrevista na Rádio Cultura de Amparo

Podemos dizer que, até então, foi a entrevista onde tivemos a maior liberdade para falarmos de nós, do nosso trabalho, da nossa turnê e das estradas e caminhos que percorremos. Foi emocionante.

Well e Zezé Di Camargo

Depois da entrevista, Lívia, irmã de Elisa e nossa anfitriã, nos preparou um delicioso almoço de despedida. De lá seguimos para nos perder, literalmente, diversas vezes no transito de São Paulo e finalmente voltarmos ao Recife, com ajuda do nosso amigo de fé, irmão camarada, Fábio Santos.

Se for pra se perder, que seja ao som do melhor do pagode.

Antes de partimos, gostaríamos de deixar registrado nossos mais sinceros agradecimentos a toda família Canola por abrirem suas casas e seus corações para os Sicilianos. Vai aqui também um obrigado todo especial para a grande violonista Lívia Canola, por todo carinho, paciência e cuidado despendido a nós, na nossa estadia. 

O mais curioso disso tudo é que Elisa não pode acompanhar nossa ida até sua cidade. A loura estava com seus pais pelo velho mundo, fazendo exatamente o que fazia quando nos conheceu.

Ah! Ai você nos pergunta: e o título do post? Pois bem, meu caro ou minha cara: Elisa entrou em nossas vidas depois de nos oferecer um sorriso, em um ônibus, em algum ponto da região metropolitana do Recife...

Sem mais para o momento, nos despedimos e prometemos voltar, pra Amparo e pro próximo post.

Ciao



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